Incorporo a personagem. Escolho o cenário. Visto o figurino. Procuro um palco. Tenho um enredo inteiro pela frente. Falas parcialmente decoradas. Dou a cara à tapa enquanto dentro de mim uma criança implora por socorro. Sorrio enquanto interiormente o choro é incessante. O mais fácil de tudo é parecer verdadeiro, mesmo que algumas vezes até seja. O difícil mesmo é descobrir quando eu estou sendo verdadeira comigo ou se o púbico está realmente acreditando, se os aplausos não são apenas um gesto educado. Esse conflito interior me faz forte, até que eu desabe. Então eu recebo novas roupas, novos cenários, novos textos, novas falas...
O ciclo parece nunca acabar e eu continuo sem saber quem sou, só atuando, atuando, atuando.
29 de setembro de 2009
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