sábado, 31 de outubro de 2009

me, myself and I

Já ouvi dizer que quem se descreve, se limita e que ‘descrever-se é uma característica dos que faltam em personalidade’, é realmente bem mais bonitinho usar uma frase feita, mais fácil também... eu prefiro fazer o que poucos fazem, prefiro pensar em mim mesma, pensar em quem sou, mesmo que não chegue a resposta alguma. A verdade é que eu sou um ser humano infinitamente mais complexo do que um dia eu pude imaginar que fosse, acho que quero o que não quero, penso que sou o que não sou. Me agonia pensar que estou tão longe de descobrir quem sou, sendo o objeto em questão a própria eu. Eu só sei que nada sei sobre mim, não compreendo minhas atitudes quão pouco minha seqüência de pensamentos.


Apaixono-me fácil, vejo filmes infantis com o maior prazer, sempre saio atrasada. Odeio que mandem em mim, não gosto de dar satisfações. Amo a liberdade. Ouço músicas tristes pra lembrar de momentos bons, troco horas de sono por uma boa conversa. Faço mais planos que o normal e erro com freqüência. Já saí de casa sem destino, choro constantemente sem motivo. Me olho incontáveis vezes no espelho todos os dias. Eu morreria por alguém. Mudaria todo mês, odeio a rotina. Gostaria de ser invisível quando quisesse. Já fui nerd. Deixo tudo pra última hora, faço amizade com estranhos. Gosto de ler o que me interessa, me revolto com os jornais. Nunca tive o sonho de ir pra Disney, não bebo pra ficar alegre, sou alegre demais sem beber. Morreria pela falta de alguém que não sabe disso, confio demais. Já quis revolucionar o mundo, mas perdi minhas forças. Alguém que amo não apóia um sonho meu, já me decepcionei por bobagem. Eu gosto mesmo dessa minha liberdade, das minhas invenções, de perder noites de sono fazendo planos, por mais que eu saiba que eles não vão dar certo. Gosto de tentar realizá-los mesmo que em vão, porque sei que se não for nada daquilo que pensei, eu vou sonhar e tentar de novo, se falhar mais uma vez, não é a vida, é alguma coisa dentro de mim me auto-testando. Eu já fui tão diferente do que sou agora e precisei ser do jeito que fui pra ser o que sou e só sinto saudades da minha responsabilidade. Aprendi tanto e mudei tanto, mas continuo sendo a mesma de sempre. Já pensei que tinha uma idéia formada pra tudo e hoje em dia amo saber que eu não tenho, é maravilhoso saber que ainda tenho tanto pra aprender. É uma pena que dinheiro seja uma porcentagem tão grande na realização dos meus sonhos. Tenho certeza de que a palavra ‘normal’ não se encaixa comigo, sonho acordada. Sou chata em muitos fatores. Admiro-me, mas não me vanglorio. Descobri o meu valor, mas não é fácil de manter. Amo viajar. Se pudesse sumiria por uns meses... Abomino a violência, admiro o amor. Fiz coisas sem pensar das quais não me arrependo. Já fui mais transparente e nem sempre me dei bem por isso. Tive que errar pra aprender, mas já errei por puro prazer. Apesar da estatura, amo mais a mim do que a ti. Faço planos pra mim, pra você e pros outros. Tenho um futuro inteiro em mente, grito pra aliviar. Tenho coisas que não mostro, demonstro coisas que não sou. Falo demasiadamente, ouço atentamente. Vivo no mundo de todos, mas tenho um mundo só meu. Não faço tipo, sou pobre loca mesmo, gosto do que é barato e sou bem feliz assim. Acho que as pessoas não me enxergam, me esforço pra não usar o ‘talvez’. Tomo grandes decisões em cima da hora, penso em terceira pessoa e desabafo com uma máquina. Surpreendo-me com atitudes que tomo, já me fiz de boba. Sou alguém novo a cada dia, reparo muito, tenho muita história pra contar. Nunca me entendi e nem acho que vou entender, gosto de ser um mistério até pra mim.

8 de agosto de 2009

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