Você não sabe bem o que vê em mim, mas não sabe bem o que não vê. Eu não faço a mínima idéia do que vejo em você, assim como o que eu não vejo. Você é um idiota, criancinha, bobo alegre e convencido. Mas você é homem e deve ser por isso que eu ainda te carrego: você pode ter todos os defeitos do mundo, mas ainda é melhor do que o resto do mundo.
E aí a gente vê a Lua e resolve olhar nos olhos de novo. Se encaixa em qualquer canto, e vai direto ao assunto, o mesmo de sempre e que incrivelmente não enjoa.
Todas as vezes eu estive pronta para dar uma volta, tomar um café no Frans,
um táxi no meio da noite ou andar de mãos dadas na rua e receber um selinho sincero na fila do mercado. Você sempre ignorou isso e eu nunca vou entender. Eu nunca vou entender porque as noites acontecem e voltamos pra casa com as mãos vazias. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas sentenças não são exatas na prova real. Deve ser por isso que não sabemos nada de matemática!
Eu só sei que dia após dia eu vivo tentando seguir a minha vida e algumas vezes até consigo, mas confesso que fracasso muitas delas.
Daqui alguns dias você vai me ligar, querendo se esconder na minha casa ou no meu carro. Querendo estar comigo, enquanto você pode se dar ao luxo de me achar. E eu vou aceitar, não por ser ingênua, não que eu não me dê o valor ou qualquer outra coisa. Mas porque você me lembra o mistério das coisas, e é simplesmente assim que se sucede: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.
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