Tá, tá. Talvez eu tenha dito sim que gosto disso. Mas as coisas mudam, entenda! As coisas mudam o tempo todo e eu posso não gostar mais disso. Não posso? Talvez eu tenha gostado tanto de você, mas agora eu te vejo na rua, finjo estar com pressa, só digo "oi", sorrio e aceno com a mão brevemente. Depois passa. Aí você vem e me pergunta: mas não era você quem morria de amores por mim? Era, era sim. Mas eu já te disse que as coisas mudam. E passou.
Agora eu não passo mais as noites em claro lendo textos e escrevendo desesperadamente porque ler me inspira mais do que ver o sol nascer de mãos dadas na beira da praia. Agora eu sou esquisita. Sinto, às vezes, que perdi a coragem. Mas aí eu sinto outras vezes que não pode existir no mundo alguém tão corajoso quanto eu. E eu vivo nessa coisa doida de ser ou não ser. Eu sou, depois não sou mais. E as coisas continuam mudando, o mundo girando e eu, como sempre, perdida num espaço muito pequeno.
Sabe, assim, eu sou pequena, mas sinto em mim uma coisa tão grande que não saberia em 15 estádios de futebol. Não é sempre. Mas quando vem eu acho que sou maior do que todos meus medos e saio me entregando por aí.
As coisas mudam, mas eu acho que isso não muda. Essa coisa de ter a certeza de que eu tenho os maiores sonhos do mundo. E que mesmo que eles sejam grandes demais, a minha vontade é maior ainda. E isso me dá uma força danada pra acordar amanhã.
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