quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu não sei se é estranheza da minha parte, mas vamos ser sinceros que eu e você nunca fomos apenas amigos. E basta abrir os olhos pra perceber que ainda que as atitudes tenham sido por um gesto amigo e fraternal, não dá pra fazer tanto por alguém só porque você e ele compartilham um sentimento de amizade muito forte. E eu já senti isso, de verdade. Mas o cara tb gostava do que eu gosto e a gente se amava horrores. Mas com você é diferente. Porque nós ficamos leves quando estamos um com o outro. E você já percebeu que preferimos infinitas vezes estamos sozinhos do que rodeados de gente? Porque aí eu elogio seu amigo e você me olha querendo morrer e diz: "tá bom, Yasminn, já pode parar". E eu não entendo até hoje porque um dia, enquanto você estava bêbado, depois que eu perguntei se o amigo que você queria dar carona no meu carro era bonito, você respondeu "eu não acredito que você está perguntando isso para mim". Pode ter sido besteira, mas aquilo mexeu comigo.   Mexe como todas as vezes que você me fala que queria jogar tudo pro algo que a vida de solteiro é muito melhor. 
Mas eu não sei lidar com isso. Olha só, eu, dona da razão e do bom senso estou assumindo que não se lidar com um sentimento. Dá para acreditar? Pois é. Como eu já disse, pode ser estranheza, ou eu  estou confundindo tudo, trocando as bolas, ou só estou carente demais. Ou talvez eu goste mesmo de você desde o dia que eu senti um ciúme intenso porque você me disse que estava namorando. Mas eu sempre fui muito classuda e levei tudo na boa, como se eu não ligasse. 
E que ironia do destino, eu acabei namorando um amigo teu. O garoto que você citou o nome antes de me dar o nosso primeiro beijo na boca. Lembra disso? Não sei se foi um grito de liberdade, se foi alguma coisa reprimida ou se você simplesmente quis dizer: "você segurou tanto, mas agora ela está aqui, deitada na minha cama, otário". 
Mas eu sigo a vida mesmo assim, fazendo meio bilhão de planos enquanto você trepa com a sua namoradinha sem sal. Me perguntando para sempre coisas que eu poderia ter perguntado na hora. Como quando você me questionou se o nosso beijo era segredo e para mim era óbvio. Me imaginando admitir que me enganei esse tempo todo e você simplesmente admitindo que me quis na sua cama esse tempo todo. Mesmo quando tentávamos nos convencer de que manter a amizade era o mais sensato a se fazer, e eu concordava porque acreditava piamente que não tinha outra opção. Mas, na boa, enquanto eu fazia minha cara de quem sabe esperar, nós dois sabíamos que sempre repartimos o mesmo pôr-do-sol. 


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