segunda-feira, 4 de agosto de 2014

No music. No tv. No see. Eu gosto de dias silenciosos. Eu gosto dos dias que há tempo pra olhar pra vida. Isso que eu chamo de minha vida tem sido um tanto boemia há meses. Às vezes eu até mesmo me culpo por isso. Mas nunca disseram que seria justo.
Eu não consigo mais pensar em uma vida fixa e única. Tradicional. Eu não consigo querer a casa melhor equipada, nem o carro mais novo e muito menos o emprego mais longo. Eu me pego incontáveis vezes me lembrando que na minha vida real atual eu não estou com meia dúzia de coisas minhas morando em qualquer lugar do mundo.
O desespero que eu sinto em ir embora é tão maior que tudo o que eu já somei até hoje. Eu não quero ser daqui. Nem quero ter nada. Eu não quero me tornar uma adulta que se gaba das conquistas materiais. Eu não me vejo casada e com filhos fazendo visitas de almoços tão tabelados de domingo. Eu me vejo casada. Solteira. Com filhos. Ou só com a minha irmã. Em qualquer lugar que eu não possa chamar de meu.
Nem um passaporte loucamente carimbado. Eu só quero um lugar livre. Em que as pessoas sejam o que de fato são. Sem ternos. Sem falsas fugas pra liberdade mental. Eu adoraria morar em lugar nenhum.
Talvez lá eu encontre alguém pra chamar de eu. Pra ver refletido e pensar: foi isso que eu escolhi ser - livre. Pra não ser menos bonita ou mais magra. Pra ser índio.
Se a busca pelo conhecimento interno é eterna, porque alguém espera que eu fique aqui no mesmo lugar?
E nessa selva de pedras bem montadas, com tanto barulho o tempo todo não é possível pensar e ser de fato alguém. Sem piloto automático. Façam silêncio! Eu tenho um encontro comigo mesma e eu não quero me atrasar.
Eu vou cumprimir o protocolo. Mas por pouco tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário