segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Você liga para saber se estou em casa e já pede para descer. Dirige da Barra Funda até aqui sem a certeza de me ver só para me pegar de surpresa, porque você gosta da forma como eu desculpo os meus trajes só para dizer que eu estou linda.
Me pergunta porque toda semana eu estou com uma cor de cabelo diferente e ri de como eu tento explicar. Adora a minha indecisão e o meu modo de surpreender. Fala manso que não existe mais menina como eu e espera minha bochecha enrubecer pra poder dizer mais uma vez o quão meiga eu posso ser. Depois me abraça e eu lembro de como eu gosto disso, de sentir alguém gostar de mim e acho bonitinho quando você esfrega o seu nariz no meu.
Esqueço o porquê de ter fechado a porta de entrada pro meu mundo. E eu achei legal te ver todos esses dias, mesmo não botando muita fé. Você é impecável, carinhoso, atencioso e cheiroso. Mas quando o milagre é bom demais, o santo desconfia; exatamente por isso eu sou protestante.

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